Entrevista com Jorge Garcia, Director de Qualidade e Sistema de Gestão da DS Smith Tecnicarton
Jorge García: “É necessário ter sistemas de controlo eficazes para detetar possíveis riscos que possam constituir um perigo para a saúde”
Jorge García dirige o Departamento de Qualidade e coordena o Sistema de Gestão das 10 fábricas que compõem a divisão da DS Smith Tecnicarton.
- Que cargo ocupa na Tecnicarton e que responsabilidade implica?
A minha responsabilidade é coordenar o sistema de gestão, dentro do qual se encontra o Departamento de Qualidade, e prestar apoio para que possam desenvolvê-lo de forma homogénea.
Dispomos de um sistema de gestão único e integrado para todas as fábricas, através do qual conseguimos ter uma inter-relação entre todas elas e uma forma de trabalhar semelhante. O objetivo é garantir que qualquer colaborador conheça a metodologia de trabalho em qualquer etapa da cadeia de valor.
- Qual é a importância do Departamento de Qualidade no seio da DS Smith Tecnicarton?
Conforme referi, o Departamento de Qualidade é apenas uma parte do sistema de gestão da DS Smith Tecnicarton. É necessário estabelecer metodologias de atuação para que os fluxos de informação e a interação entre os diversos processos da empresa funcionem de forma eficaz. Esta poderia ser a função principal e mais importante deste Departamento. Para tal, é necessário desenvolver muitas outras subtarefas, ações de controlo, acompanhamento, análise, etc., visando sempre a melhoria contínua.
- O que implica para a Tecnicarton o facto de ter implementado um sistema de qualidade?
São muitas as vantagens de ter um sistema de gestão da qualidade implementado, mas poderíamos resumi-las basicamente em três: o aumento da eficiência e a redução dos custos da não qualidade (aumento da rentabilidade), a melhoria da satisfação do cliente e o aumento da motivação dos trabalhadores.
- As certificações de qualidade são uma garantia para os clientes?
Em princípio deveria ser assim, mas é necessário que o sistema de gestão da qualidade seja eficaz para poder transmitir essa segurança no produto que os clientes necessitam.
- Falemos agora do setor alimentar. As embalagens industriais para produtos alimentares e fornecimentos a granel são uma parte muito importante do negócio da Tecnicarton. Neste sentido, quais são as vantagens de possuir certificações que atestem a qualidade dos processos?
Todos sabemos o quão importante a saúde é, pelo que é necessário ter protocolos de atuação muito claros para poder garantir a segurança ao longo de toda a cadeia alimentar. A embalagem é um dos componentes que nela intervêm e, por essa razão, é necessário que cumpra todos os requisitos em matéria de segurança alimentar e conte com sistemas de controlo eficazes para detetar atempadamente possíveis riscos, antes que estes constituam um perigo para a saúde.
- No caso da Tecnitank, esta embalagem está certificada de acordo com a norma ISTA 3H quanto ao teste de transporte e armazenamento. Que valor acrescentado implica isto do ponto de vista da qualidade?
Tendo em conta que a associação ISTA estabelece algumas das normas e protocolos de testes mais importantes relacionados com o transporte de mercadorias, o facto de este produto ter superado satisfatoriamente o protocolo 3H dá-nos muita tranquilidade, tanto a nós como aos nossos clientes. Estes protocolos e procedimentos de testes ISTA permitem reproduzir os riscos sofridos pela embalagem durante o transporte e distribuição de mercadorias e, desta forma, garantir a sua segurança durante todo o ciclo de distribuição.
Quais são os desafios futuros mais próximos que o Departamento de Qualidade enfrenta?
Neste momento estamos a trabalhar para incluir a metodologia “Lean” e de melhoria contínua no nosso próprio sistema de gestão. Entendemos que temos de nos adaptar e integrar propostas que acrescentem valor.
Por outro lado, não podemos esquecer que o sistema de gestão deve ser flexível, embora rigoroso, e com capacidade para se adaptar a novas legislações e às exigências dos clientes. Os requisitos dos projetos, ainda mais no nosso caso porque são projetos personalizados, exigem que contemos com um sistema de gestão que tenha isso em conta.